Se Essa Praça Fosse Minha, As Pedrinhas Não Iriam Passear
Lagoa da Prata no auge dos seus 82 anos, se mantém jovem e promissora.
Seus encantos ainda afeta a todos que por ela passa. Assim como no passado, exala vigor e vitalidade. Mas, como nada é 100% apresenta dificuldades como a maioria dos municípios brasileiros. As prioridades da gestão pública nos tempos atuais focam a preservação e os cuidados ambientais proporcionando o bem estar da sua população.
Vejamos nossa situação hoje: os brejos estão sendo drenados e aterrados; uma arborização deficiente que está estagnada; aprovação de loteamentos absurdos, inclusive ao lado da estação de tratamento de esgoto ( isso Paris não tem Sr. Prefeito). E sua gestão aprovou.
A razão deste pequeno texto é a iminente destruição da calçada portuguesa da Praça Coronel Carlos Bernardes.
Preservação nunca foi um ponto forte da promissora Lagoa da Prata.
Da original Praça da Matriz, não restou nada para contar sua história.
Conservação também nunca foi um destaque da jovem senhora Lagoa da Prata.
A referida Praça, coração da cidade, chora por cuidados. Suas árvores foram cortadas uma a uma sem piedade e na eterna promessa de serem substituídas. Nunca aconteceu. Muito graças a conversa mansa do secretário do meio ambiente.
Seu jardim foi definhando. E hoje quem por lá passa não pode deixar de sentir o descaso. Descaso que se vê por toda a cidade onde o lixo, em alguns pontos da cidade, se mistura ao mato e que beira ao abandono.
Depois de 8 anos da atual gestão a população da cidade recebe através de um recado nas redes sociais a notícia de que a Praça Coronel Carlos Bernardes será totalmente transformada e que na fala do senhor prefeito municipal “- a praça será tão bonita que nem Paris tem”.
Podemos nos perguntar: será que o prefeito conhece Paris?
Será que Paris tem nas suas principais vias o lixo na porta de seus estabelecimentos comercias?
Continuamos a nos perguntar: Por que deixar passar 8 anos e só comunicar uma transformação total da praça da matriz faltando 5 meses para a eleição municipal?
Por que a população não foi consultada sobre o que acha da mudança da Praça com tantas praças por construir nos bairros fora do centro?
Por que não reformar a Praça Carlos Bernardes com lindos jardins e árvores, mantendo suas pedrinhas portuguesas em que o calçamento e os desenhos foram feitos de forma artesanal e que hoje não se faz mais? Por que não manter um piso com as pedras que resiste há 53 anos, e que piso nenhum terá a durabilidade das predinhas? Será que os atuais gestores conhecem Lisboa com suas pedras portuguesas?
Qual será o custo desta obra? Que empresa irá executá-la? Uma reforma honesta e bem feita e com total transparência não seria mais viável, possibilitando a construção de outras praças nos bairros que a população não tem acesso a equipamentos para seu lazer?
O que é proporcionar bem estar a população: concentrar obras onde já existem opções para a população privilegiada, ou distribuir condições igualitárias a maior parte das pessoas? Onde estão as árvores das calçadas que são retiradas e não replantadas?
Vivemos em um tempo de aquecimento global, e com as temperaturas em elevação. Então por que não ser uma cidade mais verde e menos quente? Por que não ter uma política séria de coleta e tratamento de lixo? Por que não ter uma cidade com menos carros nas ruas e mais vias para bicicletas?
Estamos muito longe de Paris…
Marcelo Carvalho e
Rosana Lobato
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