Patrimônio Histórico: Casarão Donana
Texto: Maria Imaculada Carvalho Leão (2002)
Foi construída à 1700 m da Praça da Matriz , em 1880, por Rodolfo Bernardes, pai de Donana, esposo de Maria Rita (ele era cunhado duas vezes do fundador Cel Carlos).
Esta casa, em estilo colonial português, tem as fachadas repletas de janelas verticais, com forma interna de guilhotina, com vidros lisos e na parte externa, duas bandeiras pivotantes de madeira fechadas.
A estrutura é de esteios e travamentos de arueira. As paredes externas são de adobe e as internas de pau-a-pique. Como toda casa desta época, esta também possui um porão, com altura média de mais ou menos 250 cm. Estes porões são bastante úteis, pois além de isolar a casa do chão, diminuindo a umidade, proporciona um ótimo abrigo.
A residência com piso de tábuas, tem o pé direito de 4 m para diminuir o calor interno. O Forro da sala principal é de madeira trabalhada e os outros cômodos de esteira de bambu.
O telhado em quatro águas, com inclinação de 50% tem telhas cerâmicas tipo “capa e bica”, feitas na região. A casa era originalmente de caiação nas paredes, rebocadas com cal, areia e estrume de boi. As madeiras das janelas, portas, esteios, forro dos beirais, enfim, todas as madeiras que ficam expostas, eram pintadas de anil.
O Rodolfo morreu em 1890, deixando a casa para a Dona Maria e seus filhos. Dona Maria Rita morreu em 1934. A proprietária seguinte, D. Donana, fez um pomar e horta muito diversificada, produzia leite e derivados que abastecia a cidade (na época muito pequena). Vendia todos estes produtos em uma charrete que buzinava em frente as casas dos fregueses.
Donana morreu em 1966, deixando a casa para seu filho José Alexandre, que em 1977 a vendeu para o Sr. José Mauricio Maciel. Recentemente foi reformada e suas telhas trocadas por novas, descaracterizando-a.
Esta casa é sem dúvida a mais bem preservada de nosso patrimônio.
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